sábado, 5 de setembro de 2009

A mais nova novela do Governo: O Caminho das Verbas!



É extremamente impressionante como o Governo brasileiro consegue em tão pouco tempo "estreiar várias novelas" nos três poderes. Primeiro o caso Sarney que foi estranhamente absolvido por uma investigação que não aconteceu, seguido da adversidade verbal de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, contra as palavras de Dilma Rousseff, até então apontada como possível candidata ao cargo de Presidência da República pelo PT, nas eleições do próximo ano.

Como se a crise do Partido dos Trabalhadores fosse miníma, o ex-ministro da Fazenda, Palocci, após caso que confirmou o ditado: "a culpa é sempre do mordomo", torna-se pré-candidato a governador do estado de São Paulo; uma afronta a memória dos eleitores. Mas essa postagem, não se refere ao partido, e sim, especificamente, ao Senado.

"Senadores usam verbas indenizatórias em consultoria de amigos"

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a verba indenizatória de cada senador, 15 mil reais mensais, destinada a locação de escritórios para fins políticos, compra de materias, viagens e alimentações que tenham despesas relacionadas com o mandato, está sendo usada exorbitantemente para consultorias externas (já que o Senado conta com 170 consultores), banquetes de paladares distintos, e campanhas políticas em tempos eleitorais.

Piorando um pouco mais a situação, não há fiscalização sobre os gastos, apenas é aceita a palavra dos Senadores, que, estão em arduo trabalho, discutindo quem acusa quem, quem defende quem, e quem se alia a quem. O que vemos hoje é o reflexo de uma estrutura de poder político que o povo em si criou ao decorrer dos anos, que levou a situação há um ponto incontrolável.

Muitas vezes algumas pessoas criticam o Governo, dizendo: "Esses políticos são todos ladrões, todos roubam o povo, todos só querem defender interesses próprios". Mas eu pergunto: essas pessoas estão acomodadas a situação ou fazem algo para modificá-la? porque está escrito na notícia que NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO, e enquanto ela não existir, não de parte do próprio poder público, mas da NOSSA parte, haverá alguém se aproveitando da posição, porque infelizmente existem mais humanos desumanos, do que honestamente realizados.

Platão, em sua clássica obra, A República , afirma filosóficamente que nenhum chefe, em qualquer lugar de comando, na medida em que é chefe, examina ou prescreve o que é vantajoso a ele mesmo, mas o que é para o seu subordinado, para o qual exerce sua profissão, e é tendo esse homem em atenção, e o que lhe é vantajoso e conveniente, que diz e faz tudo quanto faz. Será então que podemos chamar de "chefes", essas pessoas que estão no Poder?

E a novela continua, a cada dia mais demonstrando um roteiro padrão, como as novelas mexiacanas de antigamente: sempre previsíveis, sempre a mesma história, porém, a brasileira, não parece ter um final feliz tão cedo para a povo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Carreira Diplomática Brasileira



O texto a seguir é de autoria de um grande amigo, irmão, Leonardo Queiroz Leite, bacharel em Relações Internacionais pela UNESP - Franca, membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - ADESG e acadêmico em Direito - Faculdade de Direito de Franca.
O blog Política e Debate tem como primeiro objetivo difundir a educação política, e é de extrema importância para a população entender as funções e trabalhos de um Diplomata, representante do Brasil no exterior; função de responsabilidade e que, direta ou indiretamente, acaba alterando nosso dia-a-dia.

A opção clássica do bacharel em Relações Internacionais: a carreira diplomática

A opção pela carreira diplomática figura como o caminho mais tradicional para o bacharel em Relações Internacionais. É impossível passar quatro anos estudando o funcionamento do sistema internacional sem em algum momento se colocar na pele de um dos atores mais importantes da vida internacional: o diplomata.
O curso de graduação em Relações Internacionais, por sua vocação multidisciplinar e generalista, é, inegavelmente, o mais indicado para aqueles que pretendem se debruçar sobre os estudos para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD). Ao tomar contato com temas de História, Diplomacia, Direito, Política Internacional, Economia e Teoria das Relações Internacionais ao longo do curso, o estudante de RI passa a construir uma sólida base conceitual e teórica, e ao mesmo tempo em que cursa a graduação já está automaticamente se preparando para o concurso. Atualmente, essa tendência tornou-se evidente visto que os egressos dos cursos de Relações Internacionais são o segundo grupo mais numeroso nas listas de aprovados para o Instituto Rio Branco, ficando somente atrás da tradicionalíssima formação em Direito
O diplomata é um servidor público federal que possui três funções essenciais: representar, negociar e informar. Esse profissional pode trabalhar tanto no Ministério das Relações Exteriores em Brasília, como em embaixadas e organismos internacionais em vários países nos quais o Brasil está diplomaticamente presente. Sinteticamente, pode-se dizer que o diplomata trabalha para elaborar posições negociadoras e propor linhas de ação que o seu país deve executar para dar concretude às diretrizes gerais de política externa formuladas pela Presidência da República e pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. Para atingir seu objetivo, o diplomata processa informações e coloca em prática seu conhecimento para elaborar posturas políticas que favoreçam o interesse nacional do país que defende.
O Brasil, com sua fortíssima tradição diplomática, conta com uma academia diplomática de enorme prestígio internacional (o Instituto Rio Branco) e com a centralização da política externa nas mãos do Itamaraty. Assim, exige dos aspirantes a diplomata uma imensa carga de estudos e uma formidável bagagem cultural acumulada, uma vez que o exame de admissão por via de concurso público é a única e exclusiva forma de entrada na carreira. É um caminho penoso, e passar por essa porta estreita exige anos de dedicação aos estudos preparatórios, além de profundos conhecimentos em línguas, sendo cobrados o Português com status eliminatório, o inglês e duas outras línguas como classificatórias.
Portanto, a aprovação na carreira diplomática é um projeto plurianual, que demanda essencialmente tempo, conhecimento acadêmico sólido, atualização constante e acompanhamento da realidade internacional, domínio completo de quatro idiomas, leitura mínima da densa bibliografia exigida e, principalmente, um arcabouço cultural bem acima da média.
Levando em consideração a dificuldade inerente à opção pela diplomacia, é crucial ponderar que a carreira diplomática implica em uma série de fatores que a diferenciam substancialmente das demais profissões. Para o senso comum, a carrière é sempre cercada por uma aura de glamour e de infindáveis prazeres sociais regados a caviar e champagne. Todavia, na realidade, o que se verifica é muito trabalho duro devido ao reduzido número de diplomatas, necessidade de adaptação a diferentes países e culturas e de um forte espírito de renúncia pessoal.
Em compensação, de acordo com o diplomata francês do século XVIII, François de Callières, “a decepção nos aguarda em todos os caminhos da vida, mas em profissão alguma os desapontamentos são tão amplamente superados por ricas oportunidades como na prática da diplomacia”. Portanto, a força de sedução da carreira diplomática e todo o fascínio que ela inspira decorrem das oportunidades douradas que o diplomata tem, no seu dia-a-dia, de conviver com pessoas interessantes, de poder conhecer o mundo e de ter contato direto com os bastidores da política internacional.
Encerro o artigo com a magistral definição da carreira diplomática proposta pelo Embaixador Mário Gibson Barbosa: "Confesso que não sei, até hoje, em que consiste uma vocação diplomática. Se por tal se entende o gosto fútil pelos prazeres mundanos, pelas festas de sociedade, então o equívoco é grave e pode ser funesto. Pois ser diplomata é, antes de tudo, aceitar a condição de estrangeiro, na maior parte existência. É conformar-se em viver num país que não é o nosso e que nunca nos aceitará totalmente, por mais que nele possamos criar um círculo, sempre provisório, de relações, num meio que devemos cuidadosamente respeitar para não ferir suscetibilidades, pois a crítica não é tolerada quando provém de um estrangeiro. É resignar-se a viver longe da família e dos amigos, a ponto de, por causa das prolongadas ausências, faltarem assuntos quando nos reencontramos. É ficar fisicamente afastado do povo a que pertencemos e que forma o nosso substrato psicológico e social. É ter equilíbrio emocional para, muitas vezes, suportar a solidão. É possuir ou adquirir a qualidade de saber adaptar-se. É ter gosto pela negociação e pela conciliação, resistindo ou cedendo conforme o caso, para chegar a um fim que nunca será inteiramente satisfatório. É ter a humildade de se converter num especialista em generalidades, em saber pouco de muito em vez de muito de pouco, ao contrário, portanto, do que caracteriza o técnico."

PS: Duas leituras podem ser muito valiosas para aqueles que se inclinam para a opção da carreira diplomática e querem conhecer mais sobre a vida do diplomata e sua atividade profissional:

1) Os bastidores da diplomacia: O Bife de Zinco e outras histórias, do diplomata e ex-embaixador brasileiro no Chile, Guilherme Luiz Leite Ribeiro. Publicado pela editora Nova Fronteira, 2007.
2) O Instituto Rio Branco e a diplomacia brasileira: um estudo de carreira e socialização, da antropóloga Cristina Patriota de Moura. Publicado pela Editora FGV, 2007.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ideologia da Liberdade Controlada



O Presidente Hugo Chávez lançou uma ampla ofensiva para acelerar até o fim do ano o que ele denomina de caminho para o socialismo do século XXI. Isto inclui eliminar leis "antirrevolucionárias" e baixar novos éditos, entre eles os que modificam o regime de propriedade e limitam o exercício de jornalismo. - O Globo - http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2009/08/19/alunos-de-chavez-757474897.asp - Publicada dia 19 de agosto de 2009 às 16:13.

Hoje pela tarde me senti atemorizado ao ler essa notícia. Dias após o acordo colombiano com os "ianques", o Presidente venezuelano parece estar preocupado com o tempo de vida de seus ideais e principalmente de seu governo.
A inauguração de um novo sistema educacional pelo Presidente Hugo Chávez, segundo ele e os seus seguidores, promoverá a liberdade da mente, um ensino ao verdadeiro ideal que deve ser seguido pelas próximas gerações sul-americanas. Afinal de contas, o grande Simón Bolívar iria querer isso. Será?

"O novo mundo deve estar constituído por nações livres e independentes, unidas entre si por um corpo de leis em comum que regulem seus relacionamentos externos" - Simón Bolívar.

É livre a nação que não pode optar pela qualidade de ensino de suas gerações? É livre uma população que é manipulada por uma mídia estadista que incentiva atos de extrema loucura econômica, social e militar? É livre onde um revolucionário proibe que outros revolucionários pratiquem e corram atrás de seus ideais?
O poder infelizmente corrompe o homem, mas apenas com uma população que se deixa ser enganada é que a corrupção ganha vida, e os poderosos conseguem se manifestar a favor e, unicamente a favor, de seus próprios interesses. O que o Presidente Hugo Chávez está fazendo pode ser considerado um terrorismo, um crime de extremo dolo contra a humanidade, e não só contra a Venezuela.
Porque penso assim? Se analizarmos o passado descobriremos que Estados mal organizados, tanto economicamente quanto politicamente, são criações, celeiros de ideais desvastadores que podem gerar graves problemas globais. Temos como exemplo o nacional-socialismo de Hitler na miserável Alemanha após a crise de 1929; os Estados Balcanicos, que já geraram grandes conflitos por questões políticas e territoriais; os conflitos do Oriente Médio, que, além da disputa religiosa, também envolve a má administração e o incentivo as redes radicais de atuação. Em todos os casos os resultados foram guerras, morte e destruição.
O revolucionário venezuelano sonhava com uma América unida, e não deturpada pela insanidade de um líder que não inspira confiança, nem estabilidade. E todo cuidado é pouco. Pois ideologias podem atravessar fronteiras, e países sem uma forte identidade política como o Brasil, poderiam se tornar perfeitos hospedeiros para esses parasitas de ideologias que já nascem contra a sobrevivência de um Estado saudável.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

E no Senado...



Hoje, navegando pelas páginas de notícias, uma me chamou a atenção: "FGV propõe redução de gastos de R$ 376,4 milhões no Senado". Achei muito interessante quando, procurando saber um pouco mais, encontrei que, a pedido do atual Presidente da Casa no início do seu mandato, José Sarney, a Fundação Getúlio Vargas entregou um projeto que propõe um corte em cargos de direção e funcionários, públicos e contratados.
Até aí, apesar de uma redução de 25% dos funcionários, não vi nada demais; detalhadamente analizando o plano, ele é muito bem estruturado e merece aplausos no que diz respeito a uma gestão, um plano justo e compensatório para os trabalhadores exonerados, e tudo mais. Só que quando fui ler a noticia como um todo:

“Tivemos algumas coisas no Senado, que são alvos de crítica, algumas improcedentes e outras injustas, uma delas em relação aos funcionários, que são os melhores da administração brasileira” - José Sarney.

É, as vezes algumas coisas me fazem raciocinar de modo que parece que estou vendo tudo errado, mas não estou. Nada contra os funcionários do Senado, mas, vamos forçar um pouqinho a memória e reorganizar os fatos. Não teria sido um Senador que autorizou a partida de um funcionário para fazer um curso no exterior, ainda recebendo salário dos cofres públicos? É certo e justo também comentar que, nos últimos dias, o senador, líder do PSDB, confirmou que devolverá o dinheiro mal empregado. Mas será o único a fazer isso? Será que não existem mais "funcionários-fantasmas" dentro do governo brasileiro? Será que a fiscalização está agindo de forma correta, honesta e realmente está funcionando? Será que não existe nada mais que pode ser feito?
Eu sei que há coisas que morreremos sem saber, mas isso é ridículo. É incrível como são gastos 2,8 bilhões de reais(dados de 2008) tão facilmente. Afinal 663 atos secretos (mais os outros descobertos), de contratação de funcionários é algo que me espanta. O Poder Legislativo naum deveria ser um pouco mais, digamos, transparente? Isso, porque, se voltarmos ao mês de Junho desse ano, vamos nos lembrar da "suspeita" sobre os funcionários do Senado, que tem muitas e muitas horas extras, gerando altos ônus. Alguns Funcionários que chegam a bater ponto no período que descansam em casa.
Mas calma, nem tudo são flores! Também não pude deixar passar a expressão "Tivemos algumas coisas no Senado, que são alvos de crítica, algumas improcedentes e outras injustas..." . Improcedentes e injustas?! Está certo que não tenho conhecimento de tudo que acontece no Senado, e tenho certeza, talvez na inocência, que, existe sim fatos, leis e atos que realmente são justos, procedentes e de real importância para o povo. Mas a frase não deixou claro isso. Analizando a formação dessa frase, aparentemente, ela apenas discursou que as coisas as quais são alvos de crítica são improcedentes e as outras injustas. talvez num pequeno erro de colocação do português claro; talvez na visão deturpada de uma pessoa acostumada com 500 anos de poder político corrupto e de favores: aí sim, realmente, os motivos são ilegítimos; mas vale lembrar que vivemos sobre as leis, que devem ser iguais para todos na sua essência, e não, sobre costumes.



E você?Qual é sua opinião sobre esse assunto? Acha que o Senador José Sarney está agindo de maneira correta, ou é contra o seu critério de procedência? Deixe sua opinião gravada aqui e não deixe a idéia virar pizza.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Apresentação



Bem vindos ao Política e Debate. Essa é a primeira postagem do Blog, apenas para informar um pouco da idéia do mesmo. Aqui será um espaço aberto, para que todos possam se expressar diante dos assuntos políticos nacionais e internacionais, o que eles interferem em nossas vidas, porque são tão importantes e, principalmente, porque nós devemos nos interessar e procurar saber mais. O que podemos ganhar com isso?! Para que discutir política?! Com certeza há muito o que ganhar, caro leitor.
Há algum tempo, discutindo com algumas pessoas sobre a atual postura do nosso poder executivo no exterior, disse que um dia nós("insignificantes" cidadãos) poderiamos mudar o mundo. Muitos ali, que participavam da conversa, riram; acharam uma idéia louca e patética. Mas uma pessoa, apenas uma, me disse: "Podemos mudar o mundo sim; mas o que você faz para mudar o SEU mundo?". Aquilo me fez pensar dias e noites, até que eu pude perceber que por mais que eu faça ainda será muito pouco, porém será alguma coisa.
Então decidi montar essa página, para que, não só haja discussão mas também uma forma de educar, principalmente a população brasileira, politicamente falando. É muito interessante quando alguém faz a seguinte pergunta: você se lembra quem foi o ultimo candidato que você escolheu para te representar no governo?Senador?Deputado?Vereador? Muitos vão responder que sim! Se lembram da votação para Presidente de República, para Governador do Estado...mas muitos nem se importam com aqueles que são escolhidos por baixo da saia da deusa Têmis, e praticam atos de declarada traição a maior força pertencente a um Estado: o povo. Se poucos se interessam para esse problema, imaginem quão menor é o número de pessoas que se preocupam em realmente cobrar as infinitas promessas jogadas ao léu em propagandas partidarias e debates que mais parecem guerras, onde um se preocupa mais em mostrar o erro do candidato adversário, do que realmente estruturar algo que possa fazer diferença à população.
Aqui, eu garanto que haverá honestidade e ninguém vai querer impor idéia sobre idéia, nem ideal sobre ideal. Postarei minha simples opinião, anseando e muito para que haja opiniões contrárias para que assim, em cada leitor que tenha a oportunidade de apreciar a discussão, possa abrir um leque de visões e idéias para levar a comunidade, aos amigos de bar, aos colegas de sala, de trabalho, de protesto, de manifestação, de governo, de vida! Essa é a principal causa! Lutar para que a reação substitua a acomodação que vive hoje o povo brasileiro, que elege com honras candidatos que dizem: "eu róbo sim! Mas eu faço" ou "Não entendo porque estão me 'criticando'(leia querendo minha cabeça) se todo mundo faz isso". Isso é inaceitável, e triste.
Portanto, agradeço e peço aos visitantes presentes, que não se esqueçam de mim, e regularmente comentém, não para minha imagem de ter um blog bem visitado, mas para real desenvolvimento politico-mental de uma nação que necessita ser mais BRASIL.